Escritura registra que Flávio Bolsonaro recebeu dois imóveis e R$ 600 mil por apartamento

  Terça, 22 de janeiro de 2019
  Jornal Nacional    |      
Escritura registra que Flávio Bolsonaro recebeu dois imóveis e R$ 600 mil por apartamento

    Mas, segundo o documento, o pagamento de R$ 550 mil aconteceu três meses antes das operações consideradas atípicas pelo Coaf, e R$ 50 mil em agosto em cheques no ato da escritura.

    Uma escritura registra que o senador eleito Flávio Bolsonaro recebeu dois imóveis e mais R$ 600 mil pela venda de um apartamento. O senador eleitor disse que parte do sinal dessa compra foi paga em espécie e que depositou esse dinheiro na conta dele entre junho e julho de 2017.

    O comprador confirma que pagou cerca de R$ 100 mil em dinheiro vivo. Mas, de acordo com escritura, o pagamento de R$ 550 mil aconteceu três meses antes das operações consideradas atípicas pelo Coaf, e R$ 50 mil em agosto em cheques no ato da escritura.

    O apartamento fica no último andar de um prédio em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. O imóvel tem 226 metros quadrados e dependências na cobertura. Flávio Bolsonaro comprou o apartamento na planta junto com a esposa.

    Pela escritura, a compra foi em dezembro de 2016, e o valor de R$ 1,7 milhão. O documento diz que em 2017 ele fez uma permuta com Fábio Guerra e a mulher dele, Giordana Vinagre de Farias Guerra. Deu o imóvel de Laranjeiras pelo valor de R$ 2,4 milhões em troca de um outro apartamento no bairro da Urca, uma sala de escritório na Barra da Tijuca e mais R$ 600 mil.

    A equipe do JN falou com Fábio Guerra por telefone. Ele confirmou o que disse o senador eleito Flávio Bolsonaro, de que parte do pagamento foi em dinheiro vivo e em três ou quatro parcelas.

    “Dei o dinheiro em espécie. A média foi isso aí. Não posso falar ao certo, porque de repente foi 70, 80, foi 120, 110, entendeu, mas a média foi isso aí mesmo. O resto foi tudo depósito”.

    No entanto, a escritura diz que os R$ 600 mil foram pagos da seguinte uma forma: cinco cheques que somaram R$ 50 mil e outros R$ 550 mil foram pagos anteriormente a título de sinal no dia 24 de março de 2017.

    O senador eleito Flávio Bolsonaro diz que parte do dinheiro recebido como sinal é o dinheiro que foi depositado na conta dele em espécie nos meses de junho e julho como aparece no relatório do Coaf

    O Coaf mostrou que foram feitos 48 depósitos em espécie na conta de Flávio, concentrados no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Assembleia Legislativa, e sempre no mesmo valor: R$ 2 mil. Total de R$ 96 mil depositados em cinco dias entre junho e julho de 2017.

    A escritura, no entanto, não faz menção a depósitos nestes meses. Os R$ 550 mil foram pagos em março e os R$ 50 mil em cheques em agosto. No dia 13 de julho de 2017, por exemplo, foram 15 depósitos em seis minutos.

    Nas entrevistas que deu no domingo (20), à Rede Record e Rede TV, Flávio Bolsonaro diz que depositou o dinheiro na conta dele, na Assembleia Legislativa do Rio, em 48 envelopes de R$ 2 mil, porque era o local onde ele trabalhava e que esse valor era o limite para cada depósito no caixa automático.

    Flávio Bolsonaro ainda não explicou por que optou por fazer 48 depósitos de R$ 2 mil, com diferença de minutos em cada operação, em vez de depositar a totalidade do que recebeu em dinheiro de uma vez só na agência bancária onde tem conta.

    A equipe do JN foi até a agencia bancária dentro da Alerj. É uma agência que funciona normalmente no horário entre 10h e 16h, que tem caixas automáticos e também caixas com funcionários para atender os clientes.

    Nos horários em que foram feitos a maioria dos depósitos do senador eleito no caixa eletrônico, com até 15 envelopes de uma única vez, às 11h, ao meio-dia, e às 15h, havia funcionários do banco trabalhando.

    O relatório do Coaf também apontou uma outra operação que considerada atípica do senador eleito: o pagamento de um título bancário no valor de R$ 1,016 milhão. Flávio Bolsonaro disse, também nas entrevistas de domingo, que esse pagamento também se refere à permuta que fez com o apartamento que ele comprou na planta.

    Afirmou que a Caixa quitou a dívida dele com a construtora e que ele passou, então, a dever à Caixa. A escritura confirma que Flávio Bolsonaro quitou o empréstimo com a Caixa Econômica em 29 de junho de 2017.

    Flávio Bolsonaro disse no domingo nas entrevistas que sofre uma perseguição do Ministério Público do Rio nas investigações sobre movimentações financeiras atípicas de assessores parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio. A suspeita é que funcionários dos gabinetes devolviam parte dos salários.

    Nesta segunda-feira (21), o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, diz que não houve nenhuma ilegalidade na investigação.

    “Se alguém cometeu alguma quebra de sigilo, alguma irregularidade, definitivamente não foi o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro”.

    O JN procurou a assessoria de Flávio Bolsonaro para saber por que ele fez diversas operações de depósito no caixa eletrônico, em vez de depositar diretamente no caixa da agência, e também para saber detalhes do pagamento do sinal, mas não teve resposta.

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