O futuro ministro da economia, Paulo Guedes, declarou nesta terça (20) que não vai aumentar ou criar impostos. O novo governo e a maioria dos estados têm um problema gigante a enfrentar: a despesa cresce muito mais do que a arrecadação.
E o impostômetro bate mais um recorde. O valor total de impostos, taxas e contribuições que o brasileiro paga para União, estados e municípios chegará nesta quarta (21), às 16h30, R$ 2,1 trilhões, divulgou a Associação Comercial de São Paulo.
No ano passado, esse valor foi arrecadado um mês depois, em 21 de dezembro. E de nada adianta uma arrecadação maior se as despesas crescem sem controle. A crise fiscal é tão grave que, segundo os próprios estados informaram no relatório de orçamento, todos gastam pelo menos metade da receita total com pessoal e encargos sociais. Rio Grande do Norte e Roraima não passaram essas informações para o Governo Federal.
Em 14 estados e no Distrito Federal, as despesas continuam crescendo em um ritmo maior do que as receitas. Em quatro estados ficaram estáveis e apenas seis estados registraram crescimento das receitas maior que o crescimento das despesas.
No governo de transição, uma equipe de técnicos está debruçada sobre uma proposta para reformar a arrecadação de impostos. Ela deve ser divulgada nos próximos dias. Uma ampla reforma tributária para simplificar a cobrança de tributos, e a promessa é não elevar impostos. Um desafio para a equipe do futuro ministro da economia.
Repórter: A gente pode esperar que vai ter aumento de imposto?
Paulo Guedes: Não, aumento de imposto não.
Repórter: Nenhum imposto novo, ministro?
Paulo Guedes: Imposto de jeito nenhum.
Em um encontro com representantes das Santas Casas, o presidente eleito confirmou que não haverá aumento de impostos: “o que eu tenho falado com a equipe econômica é que nós temos que destravar nossa economia. De modo que em destravando a economia entra mais dinheiro no caixa sem aumentar impostos, que ninguém aguenta pagar impostos”.
Paulo Guedes também confirmou que será criada uma secretaria de privatizações. Desde a campanha eleitoral, o futuro ministro tem defendido a privatização de estatais e outros órgãos como forma de fazer caixa a fim de reduzir o endividamento público do país.