Confundido com assassino: Preso injustamente recebe indenização 32 anos depois em Goiás

  Terça, 02 de janeiro de 2024
  G1    |      
Confundido com assassino: Preso injustamente recebe indenização 32 anos depois em Goiás

    Albino de Souza foi confundido com um assassino e acabou preso e torturado - sem nenhuma prova. Foram 18 anos de insistência diante dos tribunais tentando provar o erro do Estado.

    O Fantástico deste domingo (31) mostrou um erro de 32 anos que começou a ser reparado agora pela Justiça de Goiás. Albino de Souza foi preso em Anápolis acusado, sem provas, de estuprar e matar uma mulher. Ele foi confundido com o assassino e acabou preso e torturado - um episódio que mudou a vida dele para a sempre.

    O caso aconteceu em 1991 em Anápolis, onde o homem chegou a ser torturado durante quatro dias em uma cela. Jornais e documentos da época afirmam que "o trabalhador braçal Albino de Souza foi tratado a chutes, socos, tapas, choques elétricos e colocado num pau-de-arara".

    “'Você está preso'. Pegaram e me levaram e eu falava ‘fui eu não’ e já foi me dando pancada. Chegou na delegacia: ‘pegamos ele delegado pegamos o criminoso aqui’, mas eu falei assim: 'não foi eu. Vocês vão me matar e eu vou falar que não fui eu", relembra.

    A prisão aconteceu dia 18, mas ele só foi liberado dia 21, dia que apareceu o verdadeiro culpado. Depois de passar quatro dias numa cela, Albino foi solto - e procurou a Justiça. Foram 18 anos de insistência diante dos tribunais tentando provar o erro do Estado.

    Os advogados de Albino entraram na Justiça em 1995, quatro anos depois da prisão. E só em 2013, o Superior Tribunal de Justiça decidiu a favor da indenização. Mas durante essa espera, Albino e os advogados perderam contato. E começou uma longa busca.

    A busca por Albino até o encontro:


    Durante 10 anos, os advogados Pedro Sérgio e Miguel Thiago, vasculharam a cidade para localizar o paradeiro de Albino. Só o encontraram este ano.

    O homem marcado por uma história de violência, por muito anos, catou lixo para sobreviver. Não tinha documentos - havia perdido numa enchente, também não tinha endereço fixo. Vivia numa situação de rua e depois encontrou abrigo num canil em Caldas Novas.

    De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Goiás, em 1991, as apurações das condutas dos policiais civis envolvidos na prisão injusta de Albino foram encaminhadas à Justiça. O Tribunal de Goiás informou que, em 1997, o caso prescreveu e os réus não chegaram a ser julgados.

    Novamente, a história de Albino se cruza com a dos advogados. Desta vez, é para tirar a segunda via da documentação e abrir uma conta no banco para, finalmente, receber a indenização.

    Agora estou me sentindo uma pessoa mais brasileira, que todo mundo vai chegar e observar e falar: 'não, ele tem documento, ele é gente agora. Não um bicho'", completa Albino.

    Sua nova casa foi comprado com o dinheiro da indenização e ele diz que sua vida mudou com esse novo passo. O que ele reconquistou não vai apagar a injustiça que sofreu há 32 anos, mas oferece a ele a oportunidade de sonhar por uma vida nova em 2024.

    "Eu vou continuar a minha vida, entendeu? Meu trabalho, na honestidade, que eu tenho certeza o que eu quero fazer eu vou fazer", diz Albino.

     

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