Como criar o ambiente ideal para o desenvolvimento do bebê

Como criar o ambiente ideal para o desenvolvimento do bebê

  Terça, 22 de setembro de 2020

    Veja cinco formas de adaptar a sua casa para que a criança tenha um espaço onde possa brincar e evoluir de maneira natural.

    Para a criança, o mundo é uma grande e constante descoberta. Cores, texturas, sons e, em especial, as possibilidades do próprio corpo – tudo é aprendizado e, consequentemente, desenvolvimento para o bebê. Em meio a tantas novas experiências, um elemento essencial é o ambiente do brincar, que deve ser estimulante na medida certa e, sobretudo, proporcionar autonomia e livre exploração.

    Já no início dos anos 1900, a médica e educadora Maria Montessori destacava em suas pesquisas a importância do espaço apropriado para os avanços motores e cognitivos dos pequenos. O método educacional desenvolvido pela italiana, o Montessori, amplamente conhecido atualmente, se apoia no conceito da independência e defende que a criança aprende por si mesma, em um processo natural de desenvolvimento, cada uma no seu ritmo, e que o ambiente tem papel relevante nessa aprendizagem.

    Hoje, os especialistas são categóricos: desde o nascimento, deixar a criança se movimentar à vontade é primordial para que ela adquira, sozinha, novas habilidades. “O bebê que cresce livre, no ambiente adequado, gera movimentos fisiologicamente naturais e na linha de desenvolvimento motor linear”, diz a fisioterapeuta Lígia Conte, especialista em desenvolvimento infantil e dona do perfil @desenvolvecrianca no Instagram. Sobre os avanços lineares, ela explica que o bebê precisa passar por todos os marcos de evolução motora – rolar, pivotear (girar no solo, arrastando-se), sentar, engatinhar e andar – e que um lugar onde ele possa se mover com liberdade é que vai tornar espontâneo esse progresso.

    A dra. Kelly Marques Oliveira (@pediatriadescomplicada), que é pediatra, alergista e imunologista, além de consultora internacional de amamentação, reforça: “Sempre que o bebê se movimenta, ele precisa fazer um planejamento motor, um preparo físico para impulsionar o corpinho para frente, para o lado, seja para engatinhar ou andar. Isso vai estimular sua musculatura e favorecer também seu desenvolvimento cognitivo e motor. Por isso, é tão importante que os pais deixem o ambiente preparado para o bebê se aventurar”.

    Como seria o espaço ideal?

    Não importa onde especificamente vai ser o cantinho de brincar do neném, isso depende da estrutura de cada casa. Algumas famílias conseguem planejar todo o quartinho acessível, seguindo a filosofia montessoriana, por exemplo. Outras separam uma parte da sala de estar ou a varanda gourmet. Seja onde for, o que interessa é haver um espaço só para ele, seguindo algumas orientações. Veja a seguir.

    O ambiente adequado para o bebê é…

    … no chão. Em vez de lugares mais restritivos, como carrinho, berço e chiqueirinho, ou a cama dos pais, que não é firme e há risco de queda, o melhor para o bebê ficar é sempre no chão, livre, sobre um tatame, tapete de EVA ou de borracha. Vale explicar que são diferentes daqueles tapetes de atividades de tecido, com brinquedos pendurados, que servem para estimular a movimentação de barriga para cima até uns 4 meses. “Depois disso, o neném precisa de espaço, ganhar o mundo e explorar o ambiente. O tatame ou tapete de borracha podem ser usados desde o nascimento até perder de vista”, esclarece Lígia.

    … seguro e agradável. Torne o local prazeroso, com os brinquedos de que ele gosta, o cobertor preferido, a ventilação e temperatura agradáveis etc. E atenção com a segurança. “Um ambiente seguro oferece menos riscos de acidentes, e os pais ficam mais confortáveis para deixar o bebê explorar o lugar por conta própria e, consequentemente, ficar ‘solto’ por mais tempo. O chão deve ser seguro, assim como paredes, janelas e objetos dispostos ali”, diz a dra. Kelly.

    Ela destaca que, além do material apropriado do tapete, é importante que haja apoio caso a criança tropece ou caia, que não tenha móveis pontiagudos ou de vidro (se possível, use protetores nas quinas) e que o espaço ofereça autonomia para o pequeno explorá-lo ao máximo.

    “Mas tem uma linha tênue entre o ambiente seguro e o restritivo”, alerta a fisioterapeuta neonatal Kamila Torrubia. Ela explica que muitas famílias erram nesse ponto. “O cuidador não deve limitar o movimento. Cair de leve e mudar de posição fazem parte do desenvolvimento”, comenta. De acordo com a dra. Kelly, os primeiros movimentos do bebê ainda são irregulares, ele ainda não possui equilíbrio total do corpo. “As quedas serão comuns nesse período. Por isso o preparo do ambiente é necessário”, completa.

    … estimulante. E isso não significa ficar sentado no chão, exercitando a criança (a não ser por indicação médica, claro). Os brinquedos, as cores, as texturas, os sons, a música, a fala dos adultos, a rotina da casa – tudo isso por si só é estímulo para o pequeno progredir. Além disso, o tapete deve ficar em um lugar movimentado, interessante para o pequeno, para que não se sinta isolado e acompanhe a rotina da casa.

    “O ideal é que o local não contenha brinquedos demais para que a criança consiga trabalhar melhor seu foco, se divirta mais e explore um ou dois ao seu máximo”, ressalta a médica. Segundo ela, quando existem muitos ao redor, a tendência é que o pequeno perca a atenção facilmente e enjoe da brincadeira, e acabe não se concentrando de fato na experiência que ele proporciona.

    … sem mil acessórios. Cadeirinhas diversas, andadores, centros de atividades, mochilas almofadadas para não bater as costas no chão: nada disso é necessário. Aliás, para Lígia Conte, todas essas ofertas de mercado levam os pais a cometer o principal erro relacionado ao desenvolvimento infantil: a antecipação de etapas. “Quando falamos de deixar o bebê livre, vale o ‘menos é mais’. E isso não quer dizer colocá-lo no chão frio, sozinho, sem adequação, e sim usar o mínimo, como almofadas ao redor para dar apoio na fase do sentar”, afirma.

    “Mas existe uma afobação dos cuidadores, que enchem o ambiente de coisas que segurem a criança sentada ou em pé antes da hora. Ela não precisa desses apetrechos todos, que antecipam etapas. Ela não precisa de nada mais do que o chão para se desenvolver.”

    Sobre os andadores especificamente, a dra. Kelly alerta: “Não são recomendados em nenhuma ocasião, pois, além de antecipar etapas, deixam o movimento extremamente perigoso, com risco de sérios acidentes. Os andadores também tornam o caminhar errado (na ponta dos pés e forçando o quadril)”. Ela afirma que, quando a criança começa a caminhar, o ideal é deixá-la se apoiar nas paredes e móveis para conseguir se locomover.

    … supervisionado, mas com pouca intervenção. As palavras-chave do cantinho do neném devem ser liberdade, autonomia e independência. Deixe o pequeno se virar, literalmente. “O desenvolvimento do bebê se dá em saltos, não em uma curva contínua como pensávamos antes. E, para que ele seja capaz de evoluir para a próxima fase, o desafio da adaptação é essencial. Por isso não é indicado que se entregue tudo o tempo todo na mão da criança. Deixe os brinquedos soltos. Ela precisa sentir a necessidade de se adaptar e ir buscar. Esse, inclusive, é um estímulo importante para o engatinhar”, pontua Kamila.

    Fonte: Revista crescer

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