Uma força-tarefa do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta terça-feira (22), cinco suspeitos de integrar uma milícia que age em grilagem de terras. Entre eles, está um major da PM e um tenente reformado. Outras 8 pessoas são procuradas (veja lista abaixo).
O grupo é suspeito de comprar e vender imóveis construídos ilegalmente na Zona Oeste do Rio, além de crimes relacionados à ação da milícia nas comunidades de Rio das Pedras, Muzema e adjacências, como agiotagem, extorsão de moradores e comerciantes, pagamento de propina a agentes públicos e utilização de ligações clandestinas de água e energia.
O major Ronald foi homenageado em 2004 pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro, que propôs moção de louvor. Um foragido, o Capitão Adriano, também recebeu a mesma comenda do filho do presidente um ano antes.
Equipes da força-tarefa estão em endereços da Zona Oeste do Rio, nas favelas de Rio das Pedras e da Muzema e nos bairros da Barra, Recreio, Vargem Grande e Vargem Pequena.
Além dos mandados de prisão, são cumpridos mandados de busca e apreensão nos endereços dos denunciados e de algumas empresas relacionadas ao grupo criminoso. Num condomínio no Recreio, uma equipe apreendeu dois celulares.
Segundo a denúncia, capitão Adriano, major Ronald e o tenente Maurição são os líderes da organização, e Beto Bomba, presidente da Associação de Moradores de Rio das Pedras, conquistou o cargo a partir de ameaças e uso de força.
Os promotores afirmam que a entidade presidida por Beto Bomba concentra as transações de compra e venda dos imóveis construídos ilegalmente e a manipulação de documentos necessários à concretização de operações ilícitas.
Beto Bomba, ainda de acordo com a denúncia, possuía informações privilegiadas sobre operações policiais realizadas nas localidades dominadas, sempre alertando seus subordinados com antecedência.
As investigações foram realizadas por meio de escutas telefônicas e notícias de crimes, recebidas pelo canal Disque Denúncia.