“No fim do ano o prefeito [Bruno Covas (PSDB)] foi lá e falou que todo mundo ia passar o Natal em suas casas. Quando chegou janeiro, nada. Aí eles falaram que deu um erro no documento. Agora a gente vai ter que esperar mais e eles não deram nem decisão de quando vão entregar”, afirma Daniel de Jesus.
Procurada pelo G1, a Secretaria Municipal da Habitação não explicou o motivo do atraso e não deu um novo prazo para a ocupação total. Em nota, a pasta afirmou apenas que uma nova parte será entregue a partir desta semana, “com a mudança das famílias gradativas de acordo com a aprovação do cadastro pela Caixa”.
Também prometidas para 2018, as escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental que atenderiam à demanda de todas essas famílias ainda não saíram do papel. De acordo com a Prefeitura, o processo de licitação foi iniciado e o projeto está em fase de aprovação pela Cetesb.
Não há previsão para a construção de novos postos de saúde na região. A demanda será encaminhada para a UBS Jardim Apurá, que já tem um atendimento saturado.
Dona Creuza de Jesus faleceu antes que conseguisse ver a sua nova casa pronta. Em fevereiro de 2010, ela estava entre os moradores do Parque da Cocaia, no Grajaú, que foram removidos após uma enchente atingir o local.
Nove anos depois, sua filha Cecília Viana ainda não conseguiu pegar as chaves a que sua família tem direito. Assim como Daniel de Jesus e Maria Aparecida Sousa, Cecília já assinou o contrato para morar no Residencial Espanha, mas ainda não se mudou e continua dependendo do auxílio aluguel de R$ 400.
“Pessoas de outras áreas que estão na fila há bem menos tempo - 2 ou 4 anos - já se mudaram e a gente foi ficando para trás. Eles prometeram entregar em setembro, de setembro adiaram para dezembro. Agora, eles não têm previsão”, diz Cecília.