MEC estuda corte de investimentos nas faculdades de ciências humanas, como filosofia e sociologia.

  Segunda, 29 de abril de 2019
  G1    |      
 MEC estuda corte de investimentos nas faculdades de ciências humanas, como filosofia e sociologia.

    O presidente Jair Bolsonaro anunciou que o Ministério da Educação está estudando cortes de investimentos em faculdades de ciências humanas. A declaração provocou reações e críticas de educadores.

    Logo cedo o presidente escreveu: “O ministro da Educação Abraham Weintraub estuda descentralizar investimento em faculdades de filosofia e sociologia (humanas). Alunos já matriculados não serão afetados. O objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina. A função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta”.

    O ministro da Educação, Abraham Weintraub, tinha falado na quinta-feira (25), numa transmissão ao lado do presidente, sobre a ideia de se investir menos em filosofia e sociologia.

    “Acho que a função do governo é respeitar o dinheiro do pagador de imposto. Então, o que que a gente tem que ensinar para as crianças, para os jovens, são, primeiro: habilidades de poder ler, escrever, fazer conta; a segunda coisa mais importante, o ofício, um ofício que gere renda para a pessoa, bem-estar para a família dela, que melhore a sociedade em volta dela. Pode estudar filosofia? Pode. Com dinheiro próprio. E o Japão reforça. O quê? Esse dinheiro que vai para faculdades como de filosofia, sociologia, ele coloca em faculdades que geram retorno de fato: enfermagem, veterinária, engenharia, medicina”.

    Ele disse que, por enquanto, nada muda.

    “Quem está nos cursos atuais não precisa se preocupar, o direito deles vai ser respeitado, tudo segue vida normal, gente”.

    O texto do presidente da República teve forte repercussão nos meios acadêmicos. É que a filosofia é considerada a mãe da própria universidade, que tem suas raízes na Grécia de Platão, que era filósofo e matemático.

    Educadores e professores defendem que o conhecimento pressupõe soma e não redução de saberes e disciplinas. O filósofo e professor Mário Sérgio Cortella ainda reforça que o custo dos cursos da área de humanas são os mais baixos.

    “A filosofia, ciências sociais, é uma área com custo tão baixo em relação a outras formas de ensino que é absolutamente incompreensível que se busque caminhar, a não ser que haja alguma razão ideológica para que haja, por exemplo, repulsa à área de ciências humanas, as razões de base técnica não foram apresentadas e não podem, claro, ser sigilosas”, disse Cortella.

    O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), Benedito Aguiar Neto, diz que as ciências humanas são importantes na formação de profissionais de todas as áreas.

    “Se nós vamos formar engenheiros, o Brasil precisa de engenheiros, o Brasil precisa de técnicos para desenvolver a inovação tecnológica, por essa razão nós estamos perdendo em níveis globais de competitividade e de inovação, mas a tomada de decisão pressupõe uma visão ampla do contexto social em que o técnico, o engenheiro, aquele profissional da tecnologia se encontra. Então essa formação mais humanística, mais ampla é fundamental para a formação de qualquer área do conhecimento”.

    Fernando Schuler, professor do Insper, destacou que a educação no Brasil tem problemas mais graves que deveriam ser prioritários.

    “Em primeiro lugar, acho que essa está longe de ser uma prioridade do país, essa a discussão. Entre tantas prioridades que nós temos na educação brasileira, essa me parece que não é uma prioridade. Segundo, não parece que seja o governo que deve definir o que tem ou não mercado. É o próprio mercado que define isso. O que é útil, não é útil à vida das pessoas, enfim, o que dá ou não dinheiro, isso não parte de uma definição de dinheiro. Aliás, parece uma contradição que o governo que acredita no mercado, tem uma visão mais liberal, imaginar que o governo deva tomar esse tipo de decisão, não as pessoas”.

    Sobre as críticas dos especialistas, o Ministério da Educação declarou que os recursos vão ser estudados de forma a priorizar as demandas da população, e que, nesse sentido, não haverá perdas ou ganhos, mas uma readequação à realidade do país.

     
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