Uma vendedora de açaí na região conhecida como Costa Verde, no estado do Rio, deixou nesta segunda-feira (13) a condição de secretária parlamentar do gabinete do deputado Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL.
O deputado Jair Bolsonaro confirmou a demissão da funcionária Walderice Santos da Conceição à tarde, depois de participar de uma sessão na Câmara.
“Eu cheguei em Brasília hoje, ela havia pedido demissão, por coincidência a Folha estava lá. Para ela pedir demissão a burocracia é muito grande, então ela pediu para mim para ser desonerada eu assinei a demissão dela”, disse Bolsonaro.
De acordo com o deputado, Walderice trabalhava para ele há cerca de 12 anos. Bolsonaro contou que tem uma casa em Angra e que ela era encarregada de filtrar as demandas levadas pelas pessoas que o procuravam.
A demissão veio depois que o jornal “Folha de S.Paulo” publicou no site que a funcionária, conhecida como Wal, continuava vendendo açaí numa praia de Angra dos Reis, no Rio, no horário do expediente. Em janeiro, o jornal já havia mostrado que Walderice trabalhava no Rio mesmo aparecendo desde 2003 como um dos 14 funcionários do gabinete de Jair Bolsonaro, com salário de pouco mais de R$ 1.300.
As regras da Câmara dos Deputados são claras. Uma pessoa que ocupe o cargo de secretário parlamentar, como Walderice, precisa trabalhar 40 horas semanais no gabinete em Brasília ou no escritório no estado do parlamentar. E entre as funções que ela deve exercer estão, por exemplo, serviços de secretaria, pesquisas, atendimento no gabinete, nada sobre venda de açaí na praia. Esses funcionários são pagos com a verba de gabinete, dinheiro público.