'Meu filho está em choque', diz mãe de jovem que matou para protegê-la

  Sexta, 24 de maio de 2019
  Correio Braziliense    |      
"Meu filho está em choque", diz mãe de jovem que matou para protegê-la

    Jovem de 21 anos presenciou a agressão quando chegou em casa, no Paranoá, e imobilizou o namorado da mulher para evitar que ele a machucasse mais. O homem, de 35 anos, morreu por asfixia

    Culpa e remorso são o que a diarista Rosângela Viana, 38 anos, descreve sentir depois de perceber que a tentativa do filho em protegê-la terminou em morte. Na noite de terça-feira (21/5), o namorado dela, Edson Alves dos Santos, 35 anos, chegou embriagado em casa, no Paranoá, e começou a agredi-la. O primogênito, Breno Viana, 21, ouviu os pedidos de socorro e partiu em defesa da mãe. Enquanto tentava contê-lo, o jovem recebia socos, tapas e mordidas, até conseguir imobilizá-lo com um golpe conhecido como mata-leão. "Eu nunca ia imaginar que as coisas fossem acabar assim. Meu filho está em choque e eu não consigo me perdoar pelo que aconteceu com ele e com o Edson", lamenta a diarista.
     
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    Mesmo tendo sido agredida inúmeras vezes durante o relacionamento, que durou pouco mais de sete meses, Rosângela não acredita que o namorado seria capaz de tirar a vida dela. "Não me entra na cabeça que ele seria capaz de me matar algum dia. A gente nunca acha. Mas, lá no fundo, sei que estava me enganando, porque a dependência do afeto, do sentimento, falava mais alto. Eu tento explicar para mim mesma como consigo gostar de alguém que me maltrata, mas ainda não encontrei resposta", conta. Ela registrou duas vezes queixas por violência doméstica contra Edson, que chegou a ficar preso por 19 dias. Quando ele saiu da cadeia, Rosângela pediu para que a medida protetiva fosse revogada e reatou o namoro.
     
    As marcas das agressões ainda estão no corpo da mulher. No Dia das Mães, o homem a mordeu na perna. O motivo sempre era ciúmes. Liberdade era algo que Rosângela não tinha. Deixou de sair com as amigas e de conversar com qualquer homem, pois era briga certa.
     
    Em um dos episódios, Edson perseguiu, armado com um facão, o vizinho, que, mesmo casado, era considerado uma ameaça ao relacionamento dele com Rosângela. Além das passagens por agressão, o namorado foi indiciado por furto e briga em trânsito. "Quando bebia, ele ficava agressivo e acontecia todo tipo de besteira. Por isso, eu pedi para ele ir embora, mas ele se negou e começou tudo de novo. Ele disse: 'eu só saio daqui, morto'. Dói demais", revela.
     

    Briga

     
    Em depoimento, Breno disse que voltava para casa quando ouviu gritos e, ao abrir a porta, viu a mãe sendo puxada pelos cabelos. O jovem, então, teria tentado separar os dois, quando levou um soco na boca. Ao conseguir se virar, disse que aplicou o golpe conhecido como mata-leão e que chegou a aliviar a imobilização por três vezes, buscando o diálogo, mas Edson continuava as agressões e ameaçava vingança. A polícia foi acionada e vizinhos foram até o apartamento tentar ajudar na imobilização, momento em que Edson teria parado de lutar. Quando os militares chegaram, ele já estava roxo e com o pulso fraco. O Corpo de Bombeiros foi acionado e, ao chegar ao local, constatou a morte.
     
    Após escutar todos os envolvidos, a 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) investiga o caso como legítima defesa. "A partir da análise dos fatos, avaliamos que a prisão em flagrante não seria necessária. Breno é réu primário, um estudante e trabalhador, sem indícios de que possa causar qualquer prejuízo à sociedade. Porém, ainda que o depoimento dele e das testemunhas corroborem para uma ação em legítima defesa, se chegou a um fim extremo, o que não deve ser incentivado em nenhum sentido", pondera a delegada-chefe, Jane Klebia.
     
    A prioridade para Rosângela, agora, é dar suporte ao filho e encontrar um caminho diferente do vivido nos últimos meses. "Vou ter que buscar a força que eu não tive para sair desse relacionamento. Se eu tivesse conseguido, nada disso teria acontecido. Então, só gostaria de dizer às mulheres que vivem o que eu vivi: se a gente deixa passar a primeira atitude de possessão, a primeira ameaça, o primeiro tapa, e vai perdoando, se prendendo mais, pode ser um caminho sem volta. Ainda dá tempo de parar."
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