A conta de luz está mais cara e, em muitos estados, o reajuste passou a inflação.
Gabriel Vieira, de 8 anos, está na fase do medo do escuro. E aí, quando o sol vai embora, sai ligando tudo que é luz. “Vai que aparece um bicho no meio da noite”, diz.
A casa já tem um gasto grande de energia: geladeira, freezer, dois aquários, crianças com TV e computador no quarto. E, logo agora, nas férias, a energia subiu. “É uma loucura, porque as crianças estão o dia inteiro em casa”, conta a professora Márcia Vieira.
No país inteiro, exceto Roraima, que não faz parte do sistema interligado, os consumidores vão pagar em julho R$ 1,50 a mais para cada 100 quilowatts-hora. É o custo extra da bandeira amarela. Em época de pouca chuva, além das hidrelétricas, é preciso acionar as usinas térmicas, mais caras.
“Uma usina hidrelétrica tem um custo operacional próximo de zero, porque é simplesmente deixar passar a água que já está ali no reservatório. Já uma usina termoelétrica requer um combustível para que ela seja acionada”, explica Cláudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil.
Mas a bandeira tarifária é só uma parte da conta de luz: também pesam impostos e tributos. E a maior parte da conta é a tarifa propriamente dita, que serve para cobrir os custos de geração, transmissão e distribuição de energia e, os encargos cobrados para manter o setor elétrico. A tarifa muda todo ano. Em boa parte do Brasil, como em São Paulo, ela subiu mais do que a inflação.