Em vez de peixe, pescadores pescam lixo nos manguezais

  Quinta, 20 de setembro de 2018
  Jornal Nacional    |      
Em vez de peixe, pescadores pescam lixo nos manguezais

    O volume de lixo que chega nas áreas de mangue da Paraíba está obrigando os pescadores a mudarem o tipo de pescaria.

     

    Há quase três décadas é do mangue que o pescador Marcelino Ferreira dos Santos tira o sustento da família, mas o mangue que ele conheceu tanto tempo atrás era bem diferente.

     

    “A gente pegava siri, tainha, carapeba, camorim, fartura de caranguejo. Uma coisa muito boa. Mas hoje é lixo demais”, disse ele.

     

    São toneladas de lixo levadas pela maré até os mangues no estuário do Rio Paraíba, na região metropolitana de João Pessoa, principalmente plástico. Mas dá para encontrar de tudo,

     

    “Freezer, televisão, guarda-roupa, som, todo tipo de bagunça a gente encontra dentro desse rio”, disse outro pescador.

     

    O peixe não vem se alimentar por que o ambiente teria que estar limpo.

     

    “Quando eu vejo isso, de onde eu tiro meu sustento pegando peixe, é triste”.

     

    Se não tem peixe, o jeito foi agir. Agora eles se dividem entre a pesca e a coleta de lixo.

     

    “Já que não tem peixe, a gente está tentando pelo menos pegar um pouquinho desses plásticos para tentar vender e tentando limpar o meio ambiente”, afirma Marcelino.

     

    Dá para entender o tamanho do impacto desse problema na vida e no sustento dessas famílias: o resultado de um dia de pescaria chegou a 15 quilos de peixe, mas em muito menos tempo a quantidade de lixo recolhida foi muito maior.

     

    Mangues são áreas de transição entre os ecossistemas terrestres e marinhos. Grande parte fica dentro de zonas de preservação. A estimativa é de que mais de um milhão de pessoas dependam deles para sobreviver, mas, segundo o biólogo Fabiano Gumier, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o problema do lixo nos manguezais afeta muito mais gente. Vai parar na mesa.

     

    “Ao longo do tempo, esse resíduo plástico vai se fragmentando no que tem sido chamado de hoje de microplástico. Já existe um estudo realizado no estuário do Rio Paraíba por pesquisadores parceiros, que já detectaram microplástico no interior de várias espécies de peixes pescados por esses pensadores e consumidos de modo intenso por nós”, explicou.

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