Enfermeiras criam projeto para amenizar a dor e a distância de pacientes com Covid-19

  Segunda, 15 de junho de 2020
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Enfermeiras criam projeto para amenizar a dor e a distância de pacientes com Covid-19

    Um grupo de enfermeiras do Hospital de Clínicas da Unicamp criou um espaço onde as famílias podem escrever uma carta e depositar em uma caixinha. Depois os profissionais de saúde levam as mensagens até os pacientes.

    A falta de contato com os pacientes internados pela Covid representa um desafio a mais para as famílias que acompanham de longe o tratamento. Enfermeiras do Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas, encontraram uma solução para diminuir essa distância.

    Se pudesse entrar na UTI do hospital onde o pai está internado com Covid, Alexandre teria muito o que dizer... "Pai sei que não está sendo fácil esse momento, mas queria que soubesse que eu estou com você e com saudades. Eu te amo muito. Se acalme e tenha paciência”. A mensagem do filho chegou até o Genivaldo, que estava entubado até a semana passada, e continua na Unidade de Terapia Intensiva.

    "Vai dar tudo certo, e daqui há alguns dias você vai estar entre nós", dizia Alexandre na carta.

    E teve mais mensagens de parentes. “Espero que você fique melhor para gente fazer um baita de um churrasco”.

    Outros pacientes na UTI também receberam palavras de carinho. "Logo logo isso vai passar, pra gente ficar juntinho outra vez”, a enfermeira lê uma mensagem.

    "Depende do paciente eu sou marido, depende do paciente eu sou o filho. E eu tento interpretar a carta como se fosse a pessoa da família", diz uma enfermeira.

    Um grupo de enfermeiras da Unicamp criou o projeto abraço virtual. Elas ficaram sensibilizadas ao ver a angústia dos parentes pela falta de comunicação com os pacientes dentro da UTI.

    “Essa quebra das visitas, do elo com a família, foi uma coisa que tocou e chocou muito a gente”, diz a enfermeira Bruna Dias.

    “Nós pensamos no meio mais antigo. E as cartinhas. E por que não?”, conta a enfermeira Márcia de Souza.

    As enfermeiras criaram um espaço, onde as famílias podem escrever uma carta e depositar numa caixinha. Depois os profissionais de saúde levam as mensagens até os pacientes.

    “Não teve nenhuma carta até hoje que eu não chorei, para o paciente. Eu saio assim em lágrimas”, conta Bruna.

    “Às vezes começa com apreensão, porque não sabe se a pessoa vai voltar ou não vai voltar. Se a pessoa está ouvindo ou não tá ouvindo, mas ela sempre finaliza com amor”, diz a enfermeira Eliane Dias.

    No começo da pandemia só as enfermeiras liam as cartas. Depois outros profissionais começaram a fazer esse trabalho. Médicos, fisioterapeutas. Hoje são mais de 200 profissionais de saúde na leitura das mensagens.

    “Nos ajuda, nos conforta. A alegria do doente... Uma lágrima que desce no cantinho do olho, um aconchego", diz Márcia.

    Para o Genivaldo, internado há 20 dias, as mensagens do filho e da família foram a melhor terapia. “Me ajudou bastante porque eu fiquei mais otimista, eu fiquei com mais vontade de viver”, conta.

    “Através das cartas ele está recebendo força e já já vai estar com a gente se Deus quiser”, diz o filho Alexandre.

    “De repente, a gente viu que não tem só medo, não tem só angústia, não tem só sofrimento dentro da UTI. Tem amor também. Tem vidas lá dentro", diz a enfermeira Bruna.

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