Médico brasileiro está detido no Egito desde 30 de maio

  Sexta, 04 de junho de 2021
  G1    |      
Médico brasileiro está detido no Egito desde 30 de maio
    Victor Sorrentino está detido no Egito desde 30 de maio. O Ministério Público egípcio apura o caso, e o Itamaraty acompanha. Em um vídeo, que viralizou nas redes sociais, o médico faz uma piada de conotação sexual para a vendedora de uma loja.
     
    O médico de Porto Alegre Victor Sorrentino foi detido, em 30 de maio, no Cairo, capital do Egito, após o vídeo em que faz perguntas com conotações sexuais a uma vendedora viralizar na internet.
     
    O caso aconteceu no dia 24 de maio quando ele foi a uma loja onde são vendidos papiros usados para a escrita. Sorrentino é investigado por assédio sexual, segundo o Ministério Público egípcio.
     
    A seguir, veja o que se sabe do caso
     
    Onde ele está detido?
    O que diz a defesa?
    O que ele diz no vídeo?
    O que diz o segundo vídeo?
    Como o vídeo chegou às autoridades do Egito?
    Por que ele foi detido?
    Como está a investigação?
    O que dizem as autoridades brasileiras?
    O que um especialista diz sobre o caso?
    Onde ele está detido?
    O Ministério Público egípcio assumiu o caso, mantendo o brasileiro detido em prédio público do governo local. Segundo o órgão, no dia 1º de junho, a detenção seria prorrogada por mais quatro dias.
     
    A acusação afirma que o médico violou "os princípios e valores da sociedade egípcia e a santidade da vida privada da vítima". A vendedora decidiu prosseguir com o processo, de acordo com a entidade.
     
    O que diz a defesa?
    A defesa de Sorrentino está a cargo da advogada Amanda Bernardes. Ela explica que uma equipe jurídica já foi disponibilizada no Egito e que o passaporte de seu cliente já foi devolvido. Familiares do médico afirmam que ele está prestando esclarecimento às autoridades egípcias.
     
    O que ele diz no vídeo?
    Em um vídeo publicado pelo brasileiro na internet, Sorrentino está em um bazar turístico, no país africano. Uma mulher, atendente do estabelecimento, mostra como é feito o papiro, espécie de papel usado pelos antigos egípcios para escrever.
     
    O médico aparece perguntando a ela em português: "Vocês gostam mesmo é do bem duro, né?" Depois, em tom de deboche, ele ainda afirma: “E cumprido (sic) também fica legal, né?". A vendedora, que não entende direito o que foi dito, responde “sim”, enquanto ele e os amigos riem.
     
    Após a repercussão do vídeo, ele restringiu o acesso dos perfis nas redes sociais. A conta do médico no Instagram tem quase 1 milhão de seguidores.
     
    No dia seguinte, 25 de maio, Sorrentino volta ao local pedir desculpas à vendedora alvo de seus comentários. Ele volta a gravar a ação em vídeo (veja acima). Na ocasião, o médico afirma que a fala se tratava de "uma brincadeira brasileira" e disse ser "um cara muito brincalhão".
     
    Nas imagens do segundo vídeo, o médico afirma que a situação provocou "uma confusão".
     
    Após o Sorrentino explicar a situação, a vendedora disse em espanhol que estava "tudo bem", acenou com a cabeça e que foi uma "piada".
     
    Como o vídeo chegou às autoridades do Egito?
    O caso ganhou notoriedade após circular em redes de ativistas de defesa dos direitos das mulheres. Um dos primeiros a tomar conhecimento das imagens foi o ativista LGBT antirracista Antonio Isuperio, morador de Nova Iorque, nos Estados Unidos.
     
    Ele recebeu o vídeo de Fabio Iorio, que mora em Londres, na Inglaterra. A partir daí, Isuperio acionou a rede de mais de 2 mil ativistas mulheres, no Brasil e no Egito, incluindo atrizes e influenciadoras brasileiras.
     
    A empresária Michelle Bastos, brasileira que mora no Egito, contou que o objetivo do grupo era alertar as autoridades locais sobre o ocorrido. "Não sei o caminho exato que a informação fez, a gente saiu espalhando", contou.
     
     
    Brasileiras, como a influenciadora Patrícia Oliveira, responsável pela página Vida no Egito, auxiliaram na tradução das palavras de Sorrentino do português para o árabe.
     
    "Nós nos sentimos tristes pela moça primeiramente, porque ela fala português, sabe o que estava sendo dito para ela, mas como funcionária e mulher não se viu no direito de reagir", lamentou.
     
    O caso ganhou atenção da imprensa egípcia em 29 de maio e chegou às autoridades.
     
    Por que ele foi detido?
    Victor Sorrentino foi detido em 30 de maio, quando se dirigia para o Aeroporto Internacional do Cairo. Segundo o Ministério Público do Egito, o médico deixou a cidade de Luxor na manhã daquele dia, na tentativa de escapar do que circulava nas redes sociais e dos apelos para sua prisão.
     
    A defesa do médico disse que ele estava em um prédio público do governo egípcio, equivalente a uma procuradoria de Justiça do Brasil, e podia se comunicar com quem quisesse.
     
    O órgão ordenou a investigação urgente do incidente, identificando Sorrentino, o bazar onde foi filmada a cena e a mulher que ouviu as insinuações do brasileiro. O Ministério Público egípcio ainda identificou testemunhas em uma delegação de turistas que o brasileiro acompanhava.
     
    Como está a investigação?
    O brasileiro passou a ser investigado por assédio sexual. A Unidade de Monitoramento e Análise de Dados do MP egípcio iniciou a apuração depois que o vídeo viralizou no país. Um tradutor especializado foi ouvido na audiência, confirmando o teor das falas do brasileiro, de acordo com a acusação.
     
    O MP acusa Sorrentino de "expor a vítima a insinuações sexuais e insinuações com palavras, a sua transgressão aos princípios da família e valores da sociedade egípcia, sua violação da santidade da vida privada da vítima e seu uso de sua conta online privada para cometer esses crimes".
     
    A vendedora preferiu seguir com o processo criminal contra Sorrentino, por causa dos danos que causou ao publicar as imagens nas redes sociais.
     
    Segundo o Ministério Público do Egito, Sorrentino teria alegado que dirigiu à vendedora frases com conotações sexuais e que publicou o vídeo como uma piada. Conforme o órgão, o médico se desculpou com a vítima depois da repercussão do caso.
     
    As autoridades locais, inicialmente, mantiveram a detenção do médico até a manhã de 1º de junho, quando as investigações seriam retomadas. Nessa data, a detenção foi prorrogada por mais quatro dias.
     
    O que dizem as autoridades brasileiras?
    A Embaixada do Egito em Brasília informou, em nota, que Sorrentino "foi impedido de embarcar em seu voo, que partia do aeroporto do Cairo, no final da noite de 30 de maio\madrugada de 31, depois que a polícia recebeu informações sobre o incidente que havia sido amplamente divulgado e que envolvia alegações de assédio sexual por meio de sua filmagem de um encontro com uma vendedora".
     
    O órgão acrescentou que, no dia seguinte, Sorrentino foi apresentado a um promotor que ordenou a detenção por 4 dias enquanto aguardava as investigações.
     
    "A Embaixada ainda não recebeu nenhuma informação específica sobre quaisquer outras determinações do Ministério Público em relação a este caso. A Embaixada do Brasil foi notificada do assunto imediatamente, conforme exigido por lei, a fim de prestar assistência consular, e um representante da Embaixada tem acompanhado o Sr. Sorrentino em todo o processo", afirma a nota.
     
    O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Itamaraty, disse que "já foi informado sobre o caso e as autoridades brasileiras no Egito estão prestando assistência consular cabível ao cidadão".
     
    A Embaixada do Brasil no Cairo informou que "não divulga informações sobre cidadãos brasileiros".
     
    O que um especialista diz sobre o caso?
    O professor de Direito e Relações Internacionais da Universidade La Salle, Fabrício Pontin, explicou que o caso pode ser julgado de duas maneiras, pela legislação civil ou pela legislação islâmica.
     
    Por se tratar de um suspeito estrangeiro, o caso pode ser analisado em um tribunal civil. Entretanto, a ofensa pode ser interpretada não só em relação ao gênero da vítima, mas à religião islâmica.
     
    Na avaliação de Pontin, em qualquer das situações, Sorrentino não deve ser preso. "Acho muito difícil ele sofrer uma punição de prisão no Egito, ser preso e cumprir pena no Egito", disse.
     
    O professor acredita que o médico deverá pagar uma multa, podendo ser deportado ao Brasil, após negociação entre autoridades diplomáticas dos dois países. "Não há nenhum motivo para o Egito negar uma saída diplomática para essa questão", comentou Pontin.
     
     
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