Um estudo recente realizado pelo Instituto de Ciências da Motricidade da Universidade Federal de Alfenas (MG) aponta que, de um total de 27.345 pessoas entrevistadas, 20 mil sentem dores há pelo menos seis meses.
Para a reumatologista Sandra Maria Andrade, que atende no Hospital Santa Lúcia, em Brasília (DF), a atividade física é um importante estimulante para a liberação de analgésicos endógenos, chamados de betaendorfinas, que são produzidos pelo próprio sistema nervoso periférico. “O efeito é efêmero, porém capaz de diminuir a dose dos analgésicos farmacológicos usados para controle da dor”, afirma a médica, titular da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Segundo ela, a atividade física atua também nos mecanismos psíquicos envolvidos na dor crônica, como a serotonina, importante mediadora do humor. “Os exercícios aeróbicos, aqueles que se caracterizam por movimentos constantes, como correr, andar, nadar e dançar, consomem maior quantidade de oxigênio pela fibra muscular, liberando mais substâncias que levam a um alívio da dor, mesmo que transitório”, explica Sandra.
O fisioterapeuta e professor da Universidade de Brasília (UnB) Wagner Martins esclarece que a indicação correta do exercício é imprescindível para ajudar no tratamento. “O exercício é um aliado no combate da dor crônica, desde que seja indicado individualmente e, se possível, por vários profissionais de saúde”, afirma o especialista.
Em caso de dores crônicas na coluna lombar, por exemplo, Wagner garante que a prática de exercício é capaz de reduzir os episódios de crises de dor aguda. No entanto, ele alerta: “O efeito protetor do exercício só ocorre quando ele vira hábito”, finaliza.
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