O que é melhor para a saúde, leite de vaca ou 'alternativos'?

Quarta, 29 de janeiro de 2020 Corrida

    Organizações como o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido recomendam que crianças entre um e três anos consumam 350 miligramas de cálcio por dia - pouco mais de meio litro de leite. Quando se trata de adultos, entretanto, as pesquisas sobre o efeito do leite de vaca são conflitantes.

    Os humanos são os únicos seres vivos que bebem o leite de outra espécie. A maioria dos animais para de tomar leite ainda filhotes, quando começam a precisar de alimentos mais complexos.

    Por que com os humanos é diferente?

    As pessoas que vivem em partes do mundo onde as vacas foram domesticadas - começando no sudoeste da Ásia e se espalhando pela Europa - só passaram a serem capazes de digerir a lactose cerca de 10 mil anos atrás.O resultado é que apenas cerca de 30% da população mundial continua produzindo lactase, a enzima necessária para ser capaz de digerir lactose até a idade adulta. O restante reduz sua produção após a fase de desmame da infância.

    A maioria das pessoas torna-se intolerante à lactose, tornando os europeus que bebem leite, junto com algumas populações africanas, do Oriente Médio e do sul da Ásia, a exceção - e não a regra.

    Mesmo aqueles que conseguem digeri-la podem querer reduzir a ingestão de leite por causa de outras preocupações, como saúde e os custos ambientais da pecuária, que têm impulsionado o crescimento do consumo de alternativas ao leite de vaca.

    Mas existem benefícios para a saúde de trocar o leite de vaca por outra bebida, ou o leite de vaca fornece nutrientes vitais que não podemos obter de outras fontes? E o leite realmente agrava a intolerância à lactose da maioria das pessoas?

    O leite de vaca é uma boa fonte de proteína e cálcio, além de nutrientes, incluindo vitamina B12 e iodo. Ele também contém magnésio, que é importante para o desenvolvimento ósseo e para a função muscular, e soro e caseína, que desempenham um papel importante na redução da pressão arterial.

    O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido recomenda que crianças entre um e três anos consumam 350 miligramas de cálcio por dia, o que significa pouco mais de meio litro de leite.

    Mas quando se trata de adultos, as pesquisas sobre o efeito do leite de vaca são conflitantes.

    Embora o cálcio seja necessário para manter os ossos saudáveis, não está claro se uma dieta rica em cálcio aumenta a resistência a fraturas, por exemplo.

    Vários estudos não encontraram redução significativa no risco de fratura por beber leite, enquanto alguns indicam que o leite pode, na verdade, aumentar a probabilidade.

    Uma pesquisa realizada na Suécia descobriu que mulheres que bebiam mais de 200 mililitros de leite por dia - menos de um copo - apresentavam maior risco de fraturas. Nesse caso, entretanto, os autores ponderaram que as descobertas não necessariamente indicavam uma relação de causalidade. Pode ser que pessoas mais propensas a fraturas tendam a beber mais leite, alertam.

    Mas o cálcio é crucial durante a adolescência para o desenvolvimento da força óssea, diz Ian Givens, especialista em nutrição da Universidade de Reading, na Inglaterra.

    "Se você não tem o desenvolvimento ósseo correto na adolescência, corre um risco maior de ter fraqueza óssea mais adiante na vida, principalmente mulheres após a menopausa, quando perdem os benefícios do estrogênio", diz Givens.

    Preocupações com a saúde

    Outra preocupação com o leite nas últimas décadas são os hormônios que ele tem.

    As vacas são ordenhadas durante a gravidez, quando seus níveis de estrogênio aumentam 20 vezes. Embora um estudo tenha vinculado esses níveis de estrogênio ao câncer de mama, de ovário e uterino, Laura Hernandez, que estuda biologia da lactação na Universidade de Wisconsin, nos EUA, diz que a ingestão de hormônios através do leite de vaca não é motivo de preocupação.

    Afinal, "o leite humano também contém hormônios - faz parte de ser um mamífero", diz ela.

    Uma revisão mais recente de estudos que investigam se a quantidade de estrogênio consumida via leite é prejudicial não encontrou motivo para preocupação.

    Os pesquisadores descobriram que os níveis de estrogênio só começam a afetar os sistemas reprodutivos dos ratos quando estão presentes em 100 vezes os níveis encontrados no leite de vaca. Os pesquisadores só detectaram um aumento nos níveis de estrogênio em camundongos fêmeas e uma diminuição dos níveis de testosterona em camundongos machos após a dosagem atingir mil vezes os níveis normais.

    É muito improvável que os humanos sejam mil vezes mais sensíveis aos níveis de estrogênio no leite do que os ratos, diz o autor do estudo, Gregor Majdic, pesquisador do Centro de Genômica Animal da Universidade de Liubliana, na Eslovênia.

    Estudos também descobriram uma ligação entre a ingestão de leite e doenças cardíacas, devido ao conteúdo de gordura saturada. Mas o leite integral contém apenas cerca de 3,5% de gordura, o semidesnatado, em torno de 1,5% e o leite desnatado, 0,3%. As bebidas sem açúcar feitas de soja, amêndoa, cânhamo, coco, aveia e arroz têm níveis mais baixos de gordura que o leite integral.

    Em um estudo, os pesquisadores dividiram os participantes em quatro grupos com base na quantidade de leite que consumiam e descobriram que apenas aqueles que bebiam mais - quase um litro por dia - tinham um risco aumentado de doença cardíaca. A associação pode ser porque aqueles que bebem tanto leite não têm uma dieta saudável, diz Jyrkia Virtanen, epidemiologista nutricional da Universidade do Leste da Finlândia.

    "Apenas uma ingestão muito alta de leite pode ser ruim, não há pesquisas sugerindo que a ingestão moderada seja prejudicial", diz ele.

    Também é possível que aqueles com intolerância à lactose possam beber pequenas quantidades de leite de vaca. Alguns especialistas argumentam que sintomas adversos - como inchaço e cólicas estomacais - são uma resposta ao acúmulo de lactose no corpo, e cada indivíduo tem um limiar diferente antes de sentir os sintomas.

    Christopher Gardner, cientista de nutrição do Stanford Prevention Research Center, na Califórnia, realizou um estudo comparando os sintomas de pessoas com intolerância à lactose quando bebiam duas xícaras de leite de soja, leite cru ou leite comum todos os dias. Ele descobriu que muitos deles não apresentavam sintomas graves.

    "Descobrimos que a intolerância à lactose é menos uma dicotomia do que uma coisa gradual, e que muitas pessoas podem tolerar quantidades modestas de laticínios", diz ele.

    A crescente demanda por alternativas

    Embora existam muitas pesquisas analisando os efeitos do leite de vaca em nossa saúde, há menos pesquisas sobre alternativas ao leite.

    Uma olhada no corredor de leite de qualquer supermercado sugere uma demanda crescente por essas alternativas, feitas com soja, amêndoas, castanha de caju, avelã, coco, macadâmia, arroz, aveia ou cânhamo. O ingrediente principal é processado e diluído com água e outros ingredientes, incluindo estabilizadores, como goma de gelana e goma de alfarroba.

    O leite de soja é o melhor substituto para o leite de vaca em termos de proteína, pois é o único com conteúdo de proteína comparável. Mas as proteínas em bebidas alternativas podem não ser proteínas "verdadeiras", diz Givens.

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