Saiba porque este tipo de produto caiu no gosto do brasileiro, quais os mais consumidos e quando eles são realmente necessários
Já dizia o ditado: “A diferença entre o veneno e o remédio é a dose”. Essa frase da sabedoria popular aplica-se bem ao comportamento do brasileiro em relação à saúde – cada vez mais estamos preocupados nosso corpo, porém continuamos com hábitos nada recomendáveis como a automedicação. Se por um lado vivemos numa época em que o bombardeio da mídia impõe padrões de beleza, por outro aumentamos cada vez mais o consumo de alimentos pouco saudáveis e elevamos o índice de obesidade ano após ano. Acostumados a remediar, acabamos optando pela solução fabricada: muitas pessoas recorrem à produtos que prometem emagrecer, secar, definir, e ganhar músculos como se fossem uma pílula mágica.
Um estudo encomendado pelo grupo composto pela Abiad (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres), Abifisa (Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde) e Abenutri (Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais), reafirmou essa cultura. A pesquisa revelou que dos 1.007 participantes maiores de 17 anos espalhados por todo o país, 54% afirmam fazer uso de algum suplemento alimentar com objetivos estéticos ou de saúde.
Dessa parcela, mais de 50% afirma ter uma alimentação saudável e/ou praticar algum tipo de atividade física. Apesar de parecer coerente, os dados mais detalhados levantam pontos preocupantes: em geral mais jovens tendem a consultar educadores físicos ou colegas quanto à orientação sob o uso deste tipo de produto, enquanto os mais velhos recorrem à profissionais de saúde. Além disso, apenas um quarto (25%) dos que consomem por conta própria, informam a prática à seus respectivos médicos.
O números da pesquisa traçam o perfil de consumo: as brasileiras na faixa dos 30 e 40 anos são as que mais fazem de suplementos, enquanto os homens costumam adotar essa prática mais cedo: por volta dos 20 anos de idade. Essa tendência revela o desejo por trás dessa suplementação: “Em geral as mulheres são as que mais pesquisam e compram novidades a respeito de suplementos para o emagrecimento. Já os homens buscam os chamados “produtos de academia” voltados à definição e ganho de massa logo que iniciam uma atividade como musculação, por exemplo.” – explica Arthur Hickson da Nature Center, especializada em suplementos alimentares. Não é à toa que os produtos mais consumidos no Brasil estejam ligados ao emagrecimento e ganho de músculos, veja:
Os avanços da medicina têm permitido estudos que comprovam – ou derrubam – as crenças a respeito de muitos desses suplementos. Especialistas afirmam que é possível ter benefícios à saúde desde que o uso de suplementos façam parte de um projeto, que deve incluir outas ações que garantam sua eficácia.
Para atletas e praticantes de atividade física os suplementos alimentares podem ser mais do que benéficos, em muitos casos são essenciais para manter o rendimento físico. “O Whey Protein por exemplo é um suplemento de grande respaldo científico, é uma forma eficaz e prática de consumir a quantidade de proteínas necessárias para manutenção de massa magra de praticantes de musculação e outros esportes.” – afirma Hickson. Poli vitamínicos, suplementos proteicos e à base de aminoácidos podem ser essenciais para a performance, fornecendo mais energia e aumentando o rendimento, além de fortalecer o sistema imunológico.
É evidente que nem todos que fazem uso desse tipo de produto são atletas de alta performance. Porém isso não anula a possiblidade de pessoas comuns se beneficiarem de determinados suplementos, desde que tenham pleno conhecimento de suas condições físicas e nutricionais e sejam acompanhadas por um médico especialista que vai avaliar a necessidade deste suplemento.
Muitos deles podem ajudar a melhorar a resposta do organismo, acelerar os resultados e ajudar a manter o indivíduo motivado a seguir numa rotina saudável. Por fazer parte de um plano nutricional, requer que o indivíduo esteja sempre atento à sua alimentação, colaborando com a adoção de uma dieta mais equilibrada e saudável. Quando administrado corretamente, os suplementos podem oferecer o aporte nutricional que o organismo não é capaz de absorver através da alimentação normal.
Fazer uso suplementos sem somar outras ações é praticamente esperar por um milagre – boa parte deles depende da combinação dieta e exercícios, logo são apenas coadjuvantes de um processo que pode visar emagrecer, ganhar músculos ou melhorar aspectos da saúde. Especialmente quando se trata de suplementos naturais, é necessário ter a consciência de que eles atual como aditivos à outras ações que buscam um objetivo em comum. Além disso, a adoção de medidas mais saudáveis e hábitos alimentares corretos só trazem benefícios ao indivíduo.
A inclusão de suplementos sem qualquer orientação prévia, e sem conhecimento das condições de saúde que o indivíduo possa apresentar é um dos principais fatores de risco do uso deliberado deste tipo de produto. A ingestão de diversas substâncias pode ser prejudicial à pessoas que sofrem de hipertensão, doenças cardiovasculares, pessoas com diabetes, fumantes, gestantes e nutrizes e outras situações de saúde. Por isso é indispensável a consulta com um médico especialista antes de tomar qualquer produto deste tipo.
Mesmo para aqueles que já fazem uso, o acompanhamento médico é indispensável. A administração acima do recomendado, extrapolando a recomendação de uso representa um grande perigo à saúde. Muitos usuários podem aumentar a dose deliberadamente acreditando que conseguirão resultados mais rápidos ou ainda maiores, quando estão colocando sua vida em risco.
O perigo desse comportamento é que, por mais natural que uma substância seja, ela têm efeitos sob o organismo e podem ser prejudiciais quando administrados de maneira negligente. Seguir o conselho de pessoas que não tem capacitação médica também pode trazer resultados fatais: devido à fatores nutricionais, hormonais, físicos e psicológicos, o que fez efeito benéfico em um determinado indivíduo, pode ser totalmente prejudicial à outro.
Da mesma forma, estar atento quanto à procedência, composição e legitimidade dos produtos consumidos é essencial. Infelizmente é comum encontrar substâncias proibidas ou piratas facilmente no comércio brasileiro. Procure sempre lojas idôneas que comercializem produtos registrados pela Anvisa.
O primeiro passo, e certamente o mais seguro, é corrigir a alimentação afim de extrair o máximo de nutrientes que o corpo precisa. O organismo bem nutrido é capaz de desempenhar todas as funções e atividades básicas que o indivíduo possa precisar sem a necessidade severa de outros meios. Posteriormente, ao observar a necessidade de maior desempenho ou a dificuldade de absorção do organismo, é recomendado consultar um médico afim de determinar o que pode ser feito para ter maior aproveitamento.
Normalmente restrições alimentares ou dietas muitos rigorosas podem carecer de suplementação como alternativa à alimentação tradicional. Intolerância à determinados alimentos, ou a dificuldade de consumir todos os alimentos que ofereçam determinados nutrientes também podem levar à adoção de suplementação alimentar. Porém, existe uma infinidade de alimentos que podem servir como substitutos diante de casos como esse.
Ignorar a carência nutricional e partir logo para suplementação, além de um risco, reduz o potencial benéfico que esses produtos possam ter. Por isso, é importante saber que diversos alimentos podem ajudar a fortalecer o organismo e trabalhar em conjunto com esses produtos para aumentar a saúde e qualidade de vida:
Fonte: Nature Center