Covid-19: com risco de contágio, poderemos usar ar-condicionado no verão?

Segunda, 28 de setembro de 2020 Exercicio fisicos

    Ar-condicionado no quinze' e tudo fechado? Com o coronavírus na área, nem pensar. Para evitar a transmissão pelo ar, o jeito será recorrer a janelas abertas e ventiladores.

    A cada verão que passa, mais aparelhos de ar-condicionado são comprados no Brasil — nos últimos anos, esse mercado tem crescido no país, apesar da crise econômica e da queda no consumo impactando a venda de outros produtos.

    Mas depois da pandemia de coronavírus de 2020, há dúvidas se, com o calor que se aproxima, poderemos ligar esses milhões de aparelhos que estão nas nossas casas, pequenos comércios, lojas, shoppings, carros e transporte público. Afinal, há cada vez mais indícios da transmissão do vírus pelo ar, e em julho um estudo da China surpreendeu ao apontar o ar-condicionado de um restaurante como vilão na infecção de 10 pessoas de três famílias diferentes almoçando ali.

    Se você já está suando frio com a possibilidade de não poder usar estes aparelhos, adiantamos logo algumas respostas obtidas com especialistas entrevistados pela BBC News Brasil.

    Primeiro, o ar-condicionado em si não é o vilão, mas sim o confinamento coletivo — ou seja, seu uso em ambientes fechados, em que há pouca ou nenhuma circulação de ar, com presença de outras pessoas que podem estar infectadas.

    Por isso, com o coronavírus circulando, deixar portas e janelas fechadas enquanto o ar está ligado não é aconselhável. No cenário atual, deverá ser necessário apelar para aparelhos que convivam melhor com estas aberturas, como ventiladores e climatizadores; ou usar o ar-condicionado com frestas abertas; ou ainda o ar-condicionado associado a ventiladores e janelas abertas.

    Isso a não ser que o sistema de refrigeração em questão inclua equipamentos de renovação mecânica — o que, segundo especialistas, seria o ideal, mas exige planejamento e altos custos de manutenção, sendo raramente visto no Brasil.

    Vamos às explicações — mas vale antes lembrar que ainda há muito a ser conhecido sobre o vírus e estudos em curso, portanto elas não são definitivas.

     

    O restaurante chinês: ar-condicionado central, exaustor e sem janelas

    O artigo científico sobre o restaurante chinês que colocou o ar-condicionado sob holofotes foi publicado por pesquisadores do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de Guangzhou no periódico científico Emerging Infectious Diseases, editado pelos CDCs (Centros de Controle de Doenças) dos Estados Unidos.

    Eles rastrearam pessoas que almoçaram no dia 24 de janeiro em um restaurante de cinco andares, sem nenhuma janela, com exaustores e ar-condicionado central (sistema capaz de climatizar vários ambientes a partir de um único equipamento; os modelos variam em porte e na tecnologia empregada pra distribuir o ar frio, sendo comumente encontrados em bancos, supermercados e shoppings).

    Um cliente, ainda assintomático, tinha viajado de Wuhan, cidade chinesa em que o vírus começou a infectar humanos, para Guangzhou, onde fica o restaurante. Ele e sua família se sentaram em uma mesa ao lado de outras duas, com distância de cerca de um metro entre elas. As três mesas estavam na reta de um aparelho de ar condicionado.

    Ao longo dos dias seguintes, o cliente vindo de Wuhan e mais nove pessoas presentes nessas três mesas foram diagnosticadas com covid-19.

    Os autores defenderam que a transmissão do coronavírus seja explicada não só pelas gotículas de material infeccioso (como a saliva de uma pessoa contaminada), que têm tamanho maior, correm distâncias menores e duram menos tempo no ar, mas também pelos aerossóis, partículas menores do material infeccioso que ficam suspensas no ar por mais tempo e têm alcance mais distante.

    No caso do restaurante em Guangzhou, os pesquisadores dizem que não há certeza que a infecção tenha ocorrido por meio dos aerossóis, já que outros clientes e funcionários no mesmo ambiente não foram infectados. Mas eles sugerem que os aerossóis possivelmente estavam mais concentrados na área das mesas próximas, carregados por correntes do ar condicionado.

    A conclusão do artigo recomenda que restaurantes aumentem a distância entre as mesas e melhorem a ventilação.

    Diversos cientistas criticam que autoridades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) estão subestimando o potencial transmissivo dos aerossóis (leia: Cientista critica visão da OMS sobre contágio pelo ar: 'Não deixam a gente se proteger direito'). Em julho, um grupo de mais de 200 pesquisadores escreveu uma carta defendendo o reconhecimento dessa via de transmissão.

    Uma das autoras da carta, Lidia Morawska, professora da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, respondeu à BBC News Brasil por e-mail não acreditar que os aparelhos de ar-condicionado sejam um problema ou risco em si, e sim a falta de ventilação — que ajuda a diluir contaminantes.

    "Não ter ventilação significa a não retirada de partículas infectadas de ambientes internos. O ar pode ser condicionado — o que significa ser esfriado ou aquecido —, mas uma ventilação eficiente precisa ser garantida", escreveu Morawaska, também consultora da OMS sobre qualidade do ar.

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