Suplemento alimentar: Aliado ou um inimigo da saúde?

Sexta, 24 de julho de 2020 Exercicio fisicos

    Cada vez mais consumidos no Brasil, suplementos alimentares podem representar um aliado ou um inimigo da saúde – tudo depende da administração

    Saiba porque este tipo de produto caiu no gosto do brasileiro, quais os mais consumidos e quando eles são realmente necessários

    Já dizia o ditado: “A diferença entre o veneno e o remédio é a dose”. Essa frase da sabedoria popular aplica-se bem ao comportamento do brasileiro em relação à saúde – cada vez mais estamos preocupados nosso corpo, porém continuamos com hábitos nada recomendáveis como a automedicação. Se por um lado vivemos numa época em que o bombardeio da mídia impõe padrões de beleza, por outro aumentamos cada vez mais o consumo de alimentos pouco saudáveis e elevamos o índice de obesidade ano após ano. Acostumados a remediar, acabamos optando pela solução fabricada: muitas pessoas recorrem à produtos que prometem emagrecer, secar, definir, e ganhar músculos como se fossem uma pílula mágica.

    Um estudo encomendado pelo grupo composto pela Abiad (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres), Abifisa (Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde) e Abenutri (Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais), reafirmou essa cultura. A pesquisa revelou que dos 1.007 participantes maiores de 17 anos espalhados por todo o país, 54% afirmam fazer uso de algum suplemento alimentar com objetivos estéticos ou de saúde.

    Dessa parcela, mais de 50% afirma ter uma alimentação saudável e/ou praticar algum tipo de atividade física. Apesar de parecer coerente, os dados mais detalhados levantam pontos preocupantes: em geral mais jovens tendem a consultar educadores físicos ou colegas quanto à orientação sob o uso deste tipo de produto, enquanto os mais velhos recorrem à profissionais de saúde. Além disso, apenas um quarto (25%) dos que consomem por conta própria, informam a prática à seus respectivos médicos.

    Os mais consumidos

    O números da pesquisa traçam o perfil de consumo: as brasileiras na faixa dos 30 e 40 anos são as que mais fazem de suplementos, enquanto os homens costumam adotar essa prática mais cedo: por volta dos 20 anos de idade. Essa tendência revela o desejo por trás dessa suplementação: “Em geral as mulheres são as que mais pesquisam e compram novidades a respeito de suplementos para o emagrecimento. Já os homens buscam os chamados “produtos de academia” voltados à definição e ganho de massa logo que iniciam uma atividade como musculação, por exemplo.” – explica Arthur Hickson da Nature Center, especializada em suplementos alimentares. Não é à toa que os produtos mais consumidos no Brasil estejam ligados ao emagrecimento e ganho de músculos, veja:

    • BCAA: suplemento composto por três aminoácidos essenciais, isso significa que, apesar de não serem sintetizados pelo organismo, são necessários para seu funcionamento. Muito popular entre os adeptos de atividades físicas como a musculação, o BCAA ajuda na regeneração muscular, tão importante para os praticantes desse tipo de exercício. Além disso, este suplemento pode ajudar no aumento de energia, rendimento muscular e imunidade.
    • Whey Protein: outro campeão de consumo por frequentadores de academias, o famoso suplemento é composto de uma proteína isolada de baixa absorção extraída do soro do leite. Seu consumo ajuda no ganho de massa magra justamente pela alta concentração de proteína, substância responsável pela construção de músculos.
    • Termogênicos: muito popular entre as consumidoras do sexo feminino, o termogênico tornou-se a grande promessa pra o emagrecimento, devido ao seu efeito metabólico. Normalmente contém substâncias como cafeína e outros estimulantes do sistema nervoso central, responsáveis por acelerar processos fisiológicos como a sudorese, frequência cardíaca e estado de atenção. Tem gerado muita polêmica devido a seu impacto sob o organismo e levantado questionamentos sobre os possíveis riscos aos consumidores.
    • Multivitamínicos: Suplementos compostos pela combinação das mais diversas vitaminas e minerais. Bastante populares e de grande oferta, trabalham principalmente na função nutricional e metabólica. Complexos vitamínicos, concentrados de cálcio e comprimidos de vitamina C são os mais consumidos no país.
    • Ômega 3: Considerado uma gordura boa, este ácido graxo poli-insaturado fortalece o sistema imunológico e melhora a função anti-inflamatória. Também está associado ao controle do colesterol por ajudar a reduzir os níveis os triglicerídeos. Traz diversos benefícios à memória e a pressão arterial, além disso está relacionado à prevenção de doenças crônicas como câncer e Alzheimer.

    Quando a dose é aliada à saúde

    Os avanços da medicina têm permitido estudos que comprovam – ou derrubam – as crenças a respeito de muitos desses suplementos. Especialistas afirmam que é possível ter benefícios à saúde desde que o uso de suplementos façam parte de um projeto, que deve incluir outas ações que garantam sua eficácia.

    Para atletas e praticantes de atividade física os suplementos alimentares podem ser mais do que benéficos, em muitos casos são essenciais para manter o rendimento físico. “O Whey Protein por exemplo é um suplemento de grande respaldo científico, é uma forma eficaz e prática de consumir a quantidade de proteínas necessárias para manutenção de massa magra de praticantes de musculação e outros esportes.” – afirma Hickson. Poli vitamínicos, suplementos proteicos e à base de aminoácidos podem ser essenciais para a performance, fornecendo mais energia e aumentando o rendimento, além de fortalecer o sistema imunológico.

    É evidente que nem todos que fazem uso desse tipo de produto são atletas de alta performance. Porém isso não anula a possiblidade de pessoas comuns se beneficiarem de determinados suplementos, desde que tenham pleno conhecimento de suas condições físicas e nutricionais e sejam acompanhadas por um médico especialista que vai avaliar a necessidade deste suplemento.

    Muitos deles podem ajudar a melhorar a resposta do organismo, acelerar os resultados e ajudar a manter o indivíduo motivado a seguir numa rotina saudável. Por fazer parte de um plano nutricional, requer que o indivíduo esteja sempre atento à sua alimentação, colaborando com a adoção de uma dieta mais equilibrada e saudável. Quando administrado corretamente, os suplementos podem oferecer o aporte nutricional que o organismo não é capaz de absorver através da alimentação normal.

    Quando a dose se torna um veneno

    Fazer uso suplementos sem somar outras ações é praticamente esperar por um milagre – boa parte deles depende da combinação dieta e exercícios, logo são apenas coadjuvantes de um processo que pode visar emagrecer, ganhar músculos ou melhorar aspectos da saúde. Especialmente quando se trata de suplementos naturais, é necessário ter a consciência de que eles atual como aditivos à outras ações que buscam um objetivo em comum. Além disso, a adoção de medidas mais saudáveis e hábitos alimentares corretos só trazem benefícios ao indivíduo.

    A inclusão de suplementos sem qualquer orientação prévia, e sem conhecimento das condições de saúde que o indivíduo possa apresentar é um dos principais fatores de risco do uso deliberado deste tipo de produto. A ingestão de diversas substâncias pode ser prejudicial à pessoas que sofrem de hipertensão, doenças cardiovasculares, pessoas com diabetes, fumantes, gestantes e nutrizes e outras situações de saúde. Por isso é indispensável a consulta com um médico especialista antes de tomar qualquer produto deste tipo.

    Mesmo para aqueles que já fazem uso, o acompanhamento médico é indispensável. A administração acima do recomendado, extrapolando a recomendação de uso representa um grande perigo à saúde. Muitos usuários podem aumentar a dose deliberadamente acreditando que conseguirão resultados mais rápidos ou ainda maiores, quando estão colocando sua vida em risco.

    O perigo desse comportamento é que, por mais natural que uma substância seja, ela têm efeitos sob o organismo e podem ser prejudiciais quando administrados de maneira negligente. Seguir o conselho de pessoas que não tem capacitação médica também pode trazer resultados fatais: devido à fatores nutricionais, hormonais, físicos e psicológicos, o que fez efeito benéfico em um determinado indivíduo, pode ser totalmente prejudicial à outro.

    Da mesma forma, estar atento quanto à procedência, composição e legitimidade dos produtos consumidos é essencial. Infelizmente é comum encontrar substâncias proibidas ou piratas facilmente no comércio brasileiro. Procure sempre lojas idôneas que comercializem produtos registrados pela Anvisa.

    A alimentação ainda é o melhor remédio

    O primeiro passo, e certamente o mais seguro, é corrigir a alimentação afim de extrair o máximo de nutrientes que o corpo precisa. O organismo bem nutrido é capaz de desempenhar todas as funções e atividades básicas que o indivíduo possa precisar sem a necessidade severa de outros meios. Posteriormente, ao observar a necessidade de maior desempenho ou a dificuldade de absorção do organismo, é recomendado consultar um médico afim de determinar o que pode ser feito para ter maior aproveitamento.

    Normalmente restrições alimentares ou dietas muitos rigorosas podem carecer de suplementação como alternativa à alimentação tradicional. Intolerância à determinados alimentos, ou a dificuldade de consumir todos os alimentos que ofereçam determinados nutrientes também podem levar à adoção de suplementação alimentar. Porém, existe uma infinidade de alimentos que podem servir como substitutos diante de casos como esse.

    Ignorar a carência nutricional e partir logo para suplementação, além de um risco, reduz o potencial benéfico que esses produtos possam ter. Por isso, é importante saber que diversos alimentos podem ajudar a fortalecer o organismo e trabalhar em conjunto com esses produtos para aumentar a saúde e qualidade de vida:

    • Fonte de proteínas: Ovos (principalmente a clara), Carne Vermelha Magra, Aves, Peixes e Frutos do Mar, Leite e Derivados (magros);
    • Fonte de Ômega 3: Salmão, Abacate, Azeitonas, Nozes, Óleos: de Soja, Milho, Cártamo, Canola, Azeitona e Girassol;
    • Fonte de aminoácidos: Leite e Derivados, Leguminosas, Amendoim, Castanhas, Folhas Verdes, Peixes, Ovos;
    • Termogênicos: Pimentas, Gengibre, Canela, Chá Verde, Café
    • Reguladores de apetite: Semente de Linhaça, Chá Verde, Fibras, Proteínas, Feijão Branco.

    Fonte: Nature Center

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